Mais FotosO pequeno-almoço foi em regime de buffet, mais uma vez estava tudo muito bom! Por volta das 9:00, após as peripécias com o cachorro que respondia pelo nome de boby e à foto com o dono da Residencial Pelicano, a aventura prosseguiu em direcção a sul. Os primeiros kms foram feitos em subida acompanhados pelo rio Douro que ia proporcionando umas paisagens espectaculares. Depois disso foi sempre a rolar até à Serra da Malcata. Chegados à serra, já conhecida de alguns, seguiu-se junto aos marcos que assinalam a fronteira com Espanha durante alguns kms. Tiraram-se fotografias da vista do alto da serra, a cerca de 1000 metros de altitude, parámos junto a uns guarda florestais com quem se conversou sobre as actividades que eles exercem e sobre as características da serra. Foram bastante simpáticos. Tiraram-se mais umas fotos e seguiu se viagem. A partir daquele ponto iniciava-se uma descida bastante dura para as bicicletas. Pouco tempo depois, o suporte do alforge do Miguel cedia aos rigores dos caminhos da serra, partiu-se o parafuso que suportava todo o peso, o que inutilizou o suporte. Após uma breve análise da situação, o Miranda ofereceu-se para voltar serra acima e tentar encontrar novamente os guarda-florestais podia ser que eles tivessem algum equipamento no jipe que pudesse auxiliar na recuperação do suporte. Enquanto isso, os restantes aventureiros ficaram a almoçar mas mal tinham começado, apareceu o Miranda de volta, dizendo que não tinha conseguido encontrar os guardas e argumentando que eles muito provavelmente saem para almoço ao meio-dia e por isso seria impossível voltar a encontrá-los. Suspeita-se que ele não voltou ao local onde eles estavam, por não ter conseguido dar com o local, ou então, por que estava tão esfomeado que não quis correr o risco de se afastar muito do local onde estava a comida. Depois do almoço as coisas do Miguel foram divididas por todos e lá se seguiu viagem por um sobe e desce constante. Chegou-se ao rio mas como tinha chovido há pouco tempo, o caudal obrigou a passar a pé, para não se correr o risco de molhar os alforges. Fazia-se sentir algum calor que convidava a um banho de rio. O Sérgio não resistiu e andou a refrescar-se e a molhar os outros aventureiros. Ainda faltavam muitos kms, após mais uma sessão fotográfica e o abastecimento dos cantis com água do rio, seguiu-se viagem. A Etapa estava a ser dura, o gráfico de altimetria não deixava dúvidas e se as houvesse, as subidas a pique, em linha recta, em direcção ao topo da serra, serviam para as afastar, algumas chegavam a assustar. Depois da última subida foi necessária uma pequena paragem para repor energias mas a partir dali foi sempre a descer até perto de Monsanto. Chegados lá, aproveitou-se para procurar alguém que pudesse reparar o suporte do alforge do Miguel. Encontrou-se o Sr. Sebastião, serralheiro da terra, bastante prestável que interrompeu o seu trabalho para improvisar um parafuso, sem cobrar por isso. Enquanto reparava o suporte, foi fazendo perguntas sobre a travessia, deu para perceber que apesar de não ter tido coragem de dizer, achava a aventura uma grande loucura, nem queria acreditar que o objectivo final era Sagres. Após atestados os bidões com água e provar uns pêssegos colhidos directamente da árvore pelo Miranda, continuou-se a subir em direcção à muralha. Chegados lá acima, puderam ver-se os caminhos que se iam percorrer em direcção a Idanha-a-Velha e confirmar que ainda faltavam uns quantos kms para o objectivo do dia que era Idanha-a-Nova. A descida de Monsanto foi feita pela antiga estrada em calçada romana, algo dura para quem estava sem suspensão total, caso do Sérgio e do Miguel. Talvez devido àqueles saltos todos, o Sérgio começou a revelar os primeiros sinais de mau estar, era obrigado a paragens bastante frequentes para aliviar a barriga. Chegados a Idanha-a-Velha, fez-se uma paragem um pouco mais prolongada do que o planeado para que o Sérgio recuperasse um pouco. Mal ele apresentou alguns sinais de recuperação, decidiu-se seguir viagem mas o estado do Sérgio não era o melhor e o dia já ia longo. No caminho para Idanha-a-Nova, depois de algumas hesitações quanto ao melhor caminho a seguir, devido ao adiantado da hora e ao estado debilitado do Sérgio teve de se pedir auxilio aos bombeiros locais. O Filipe e o Miguel ficaram a dar apoio ao Sérgio enquanto o Miranda voltou para trás até à estrada esperar pelos bombeiros. 30 Minutos depois o Sérgio estava a ser observado pela médica que veio na ambulância, não era nada de grave mas foi levado por precaução para o centro de saúde de Idanha-a-Nova para ser observado. Um obrigado à equipa que foi ao local, foi bastante prestável e compreensível. Já noite cerrada, os restantes aventureiros voltaram para Idanha-a-Velha, onde deixaram as bicicletas à guarda do Sr. do Café, de onde tínhamos saído há algum tempo atrás. Foram bastante simpáticos em nos terem arranjado um local seguro para as bicicletas, obrigado. Aguardou-se pelo táxi que teve de vir de Idanha-a-Nova e lá fomos de táxi até à pousada da juventude daquela mesma terra. O Miguel foi averiguar do estado de saúde do Sérgio e ver se ele precisava de alguma coisa, enquanto o Filipe e o Miranda foram dar entrada na pousada e tomar um banho. O Sérgio estava sobre o efeito de “benerons“ e com um aviso para não andar a beber água dos rios, isto claro, se quiser evitar os desarranjos intestinais. Não era nada de grave, isso é que importava mas lá que foi um susto, isso foi. Eram 00:30, após comer o que se conseguiu arranjar, estava tudo na pousada a dormir.
Contudo no dia seguinte optamos por ficar a descansar. Havia que dar tempo ao Sérgio para recuperar, ainda faltavam muitos kms para o objectivo final. Ainda bem que o Sérgio foi a desculpa para um dia de descanso, suspeita-se que os outros aventureiros lhe ficaram a dever um agradecimento por ter sido ele o culpado de tal benesse, não que não estivessem a gostar mas as mazelas nas pernas já se faziam sentir, um dia de descanso vinha mesmo a calhar para repor as energias. As bicicletas foram trazidas de Idanha-a-Velha com o apoio da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova. Um especial agradecimento à Sra. Ana Paula e à sua colega que trataram as bicicletas com imenso cuidado. Um pedido de desculpa por o Filipe e o Miguel não terem chegado à hora combinada, a tempo de ir com elas buscar as bicicletas. Se puder servir de atenuante, o almoço no restaurante o Portão soube tão bem que nem se deu pelo tempo passar. A tarde serviu para tratar da roupa, das reparações das bicicletas e para carregar os tracks GPS. O Miguel mandou roupa para casa pelos correios de modo a reduzir o peso nos alforges. No fim de todos os problemas resolvidos ainda houve tempo para fazer companhia ao Sérgio que tinha passado o dia a descansar. A prova que o cansaço acumulado já começava a fazer efeito foi que adormeceu toda a gente e mal dava tempo para chegar ao Écomarché antes do fecho. Foi uma corrida de 15 minutos até lá mas conseguiu chegar-se a tempo de fazer as compras de supermercado para o dia seguinte. O jantar foi no Restaurante Espanhol que já no dia seguinte tinha sido bastante simpático para o Miguel e para o Sérgio. Às 23:30 estava tudo a dormir.