sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dia 6, Vila Velha de Rodão - Alegrete, 96 km




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Saída de Vila Velha de Ródão em direcção às portas do Tejo às 6:30. A hora de saída começou a ser mais cedo para evitar o calor que se fazia sentir por volta da hora do almoço. Os primeiros kms do dia foram fáceis e ofereceram paisagens bonitas e com uma fauna bastante rica, foi possível ver veados, lebres e várias aves de rapina. Depois entrou-se no percurso pedestre Arribas do Tejo e as características do terreno ficaram mais duras, caminhos obstruídos por árvores e subidas por carreiros de cabras com um declive que só foi possível ultrapassar com a bicicleta à mão. Foi-se progredindo no terreno sem grandes problemas até que o Sérgio acertou com o pneu traseiro numa cavilha, após analisado o problema optou-se por não remendar o furo, deu-se apenas mais ar na esperança que o gel da câmara-de-ar resolvesse o problema. Lá se continuou viagem mas apenas por mais cerca de 2 dezenas de kms, depois a dureza do piso voltou a fazer das suas, acabou-se por ter de parar para remendar os vários furos que a câmara-de-ar da roda traseira da bicicleta do Sérgio já tinha. O chefe técnico Miranda, conhecido entre os aventureiros como o Professor Pardal, auxiliado pelo o seu aprendiz, o Miguel, foi quem liderou a operação de reparação da câmara-de-ar e reforço do pneu com a fita multiusos do seu aprendiz. O Sérgio enquanto a operação decorria demonstrou as suas capacidades de limpeza da sua bicicleta e o Filipe limitou-se a ir mandando umas bocas. Reinava a boa disposição. A partir dali foi sempre a rolar até à subida de Castelo de Vide. Algumas partes da subida do trilho pedestre e da calçada romana foram feitas ao lado da bicicleta. Não se parou, sabíamos que mais subidas como aquela ou ainda piores estavam mesmo ali uns kms mais à frente. E assim foi, a subida em calçada romana do Marvão foi feita já debaixo de um calor abrasador. Aqui o Miranda evitou a subida pela calçada e foi pela estrada. Diz ele que foi por causa de não amachucar as cerejas que trazia! Só não foi obrigado a voltar para trás e a fazer a subida pelo caminho indicado no trilho por que as cerejas eram realmente boas e souberam muito bem. Depois daquelas subidas merecia-se um prémio, almoçou-se na esplanada do restaurante Varandas do Alentejo, que fica dentro das muralhas do Marvão. Após o almoço havia que encontrar uma sombra para fugir ao calor e para descansar. Encontrou-se um excelente local para a sesta no jardim junto ao castelo. Uns ficaram nos bancos do jardim, outros nos muros e um, o Filipe, na manta de sobrevivência no relvado que era suposto não pisar. O descanso durou até às 17:00, altura em que o Miranda resolveu acordar toda a gente. E em boa hora o fez porque mais algum tempo e ainda alguém era devorado pelas bichas-cadelas. Lá se arrancou em direcção a Alegrete, não sem antes o Filipe tentar disfarçar a relva toda pisada e todos os aventureiros se debatessem a expulsar as bichas-cadelas que insistiam em apanhar uma boleia clandestina nos alforges. Desta vez o trilho poupou a subida ao topo da Serra de São Mamede. Os caminhos estavam com muita pedra solta e provocaram a primeira avaria mais séria na bicicleta do Filipe, um furo, ou melhor um rasgão causado por uma pedra. O furo aconteceu mesmo junto à casa do Sr. João Pires Bonito, um taxista de Portalegre que vive isolado no meio do monte com a sua esposa e que tinha passado por nós há alguns minutos atrás, tendo dado azo a algumas brincadeiras do género, “quem é que quer desistir e chamou o táxi?”. Tanto o taxista como a esposa foram bastante amáveis e simpáticos. Ele ajudou a remendar o furo, emprestando o compressor que possui para fins agrícolas e ela deu água fresca proveniente da fonte privada que eles possuem no quintal. Ainda deu para conversar um pouco mas ainda faltavam alguns kms para fazer, agradeceu-se a ajuda e lá se seguiu viagem. Em Alegrete ficou-se na “Casa de Alegrete”. Trata-se da casa de um casal muito simpático com 2 filhos que se dedica ao turismo rural e à agricultura industrial. Para além da quinta onde está inserida a casa, possuem uma herdade a cerca de 14kms dali com cerca de 200 hectares. Jantou-se num restaurante da terra, tiraram-se uma fotos e fomos dormir. Os quartos eram excelentes, pena serem apenas para uma noite.

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