sábado, 21 de junho de 2008

Dia 7, Alegrete - Monsarraz, 145 km




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O dia começou às 5:00. O Miranda obrigou toda a gente a madrugar, incluindo a família da casa onde se ficou alojado. Tomou-se o pequeno-almoço, trocaram-se algumas palavras com o proprietário da quinta, efectuaram-se as despedidas e seguiu-se viagem, em direcção às muitas cancelas que se seguiram. Todas com uma forma diferente de abrir e fechar mas nenhuma tão prática como um passo americano. Foram imensos kms a abrir e fechar cancelas, por meio de herdades, onde havia cavalos, vacas, touros, coelhos, perdizes e cães raivosos que não apreciavam a presença de ciclistas, por várias vezes obrigaram a acelerar a pedalada para lhes fugir. A primeira paragem do dia para reabastecimento de água foi na Quinta de Santo António, onde se pediu e obteve autorização para encher os bidões com água da fonte. A partir dali os kms foram-se somando uns atrás dos outros sem serem avistadas pessoas. Quando se encontraram as primeiras casas ao fim de muitos kms, parou-se para perguntar quanto faltava para Jerumanha, a resposta foi animadora, cerca de 10 a 12 kms. O quintal da casa estava repleto de laranjeiras carregadas de fruto, foi comer até não poder mais e ainda levar umas quantas laranjas para a viagem, tudo com autorização do dono. Andados os 10 kms avistou-se pela primeira vez na travessia o Guadiana onde estava imenso gado a matar a sede nas margens mas da povoação nem sinal. Depois de mais uns kms encontrou-se uma casa isolada com pessoas, as quais informaram que para Jerumanha faltavam mais 10 ou 12 kms. Não estranhamos, uma das características do Alentejanos é ser tudo já ali, talvez por estarem habituados a percorrerem grandes distâncias em terrenos desabitados. A situação estava a ficar uma “seca”, os cantis estavam sem água e a temperatura estava bem acima dos 30 graus. Para agravar a situação o trilho desaguou no Guadiana. Após muito improviso, alguns saltos de vedações com a bicicleta às costas, para evitar os portões fechados a cadeado que impedem a passagem pelos caminhos supostamente públicos, chegou-se a Jerumanha por volta das 14:30. Abancamos no restaurante da terra, para beber água, comer e fugir o calor que se vazia sentir na rua. Depois logo se havia de arranjar coragem para sair do fresco que estava na sala de jantar do restaurante. E assim foi, após o reabastecimento, foi-se à procura de uma sombra para a já habitual sesta. Nada melhor que um castelo abandonado. Cada um escolheu uma sombra para um breve descanso. Até a porta do castelo foi fechada, na tentativa de evitar a entrada de intrusos, tentativa essa que foi gorada, um habitante local achou que devia ir averiguar se se tratava de uma qualquer invasão e entrou por ali a dentro sem pedir licença. Só não perturbou o tão merecido descanso por que já se estava de partida em direcção a Monsaraz. À chegada a Monsaraz os kms acumulados do dia rondavam os 150 e ainda faltava a subida até ao castelo pelo antigo caminho romano. Chegou-se ao castelo ao pôr-do-sol, foi uma correria para arranjar alojamento e local onde jantar. A estadia foi na casa paroquial que está ao cuidado de uma Sra. que nos recebeu de forma muito simpática, o local merecia uma estadia mais prolongada mas por esta vez deu apenas para uma visita rápida pelo castelo já depois de jantar.

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